
A
gente só percebe mesmo quando está totalmente preso, ligado, obcecado pela
pessoa, pela ideia, pela lembrança dos planos e pela saudade do futuro que se
imaginou.
O
grande problema é isso. Nada passou da nossa mente, mas nosso coração logo
interliga a imaginação à pessoa, como se tivesse existido de fato alguma
relação amorosa. Que piada.
A
gente nem sabe quando, nem por que, nem em que momento aquela pessoa começou a
ser única na nossa vida, mas também não sabe como deixá-la, não sabe como
soltar sua mão e deixar que escolha ir ou ficar. Prendemos.
O
grande problema é não conseguir afrouxar os laços. É fazê-los prendedores,
coleiras e correntes na vida de quem amamos. Esquecemos o quão independentes
podemos ser mesmo amando, mesmo querendo e estando juntos.
O
grande fardo de estar apaixonado é saber dividir o que é sentimento bom do que
é obsessivo. É saber livrar-se do excesso para encontrar-se com a felicidade. O
grande fardo de estar apaixonado é saber se existe mesmo história ou se foi um
conto inventado por um sorriso que passou e nem foi pra ti, que no ápice da
carência, tratou de guardar e fantasiar dentro de si mesmo.
Escrito por: Gabrielle Pires Silva
