quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Esconderijo

Penso que nada sei sobre mim. Desdobro do acaso acontecido e faço escolhas. Erradas. Não sei o espaço que ocupo, nem o espaço que falta. Quando preencho um vazio assim, por hora penso remediar. Prolongo a solidão. 
Tudo em mim é tão escorregadio, denso e perigoso. Temo não me conhecer. Percorrer o caminho da fuga e ir de encontro comigo. Vazio, sem vida, sem ganhos. Sem mim. 
Afinal, o que sei de mim? Sei que não sou quem pensava ser. Sei que em panoramas me visualizo, assim, por alto, como quem só conhece de vista, mas sei que deixei a alma velada, escondida. 
Vergonha de ser covarde. Vergonha de me esconder. E aí escrevo. Escrevo pra tornar real quem eu sou e o que velei. Escrevo pra falar do que ninguém fala para não parecer inferior.
Sou tão mais parágrafo do que as mil palavras que falo pra me esconder de mim. Até que me desvende. E me proteja numa outra parábola da vida.

Escrito por: Gabrielle Pires Silva
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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Esconderijo

Penso que nada sei sobre mim. Desdobro do acaso acontecido e faço escolhas. Erradas. Não sei o espaço que ocupo, nem o espaço que falta. Qua...
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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Um adeus (parte II)

Tanto que fui e nada que sou. Pereci.
Planos que fizemos, você os deixou. Padeci.

Te reencontro num altar de espinhos.
Tanto que fomos, nada que somos.
Tão pouco de nós restou.

Escrevo em versos pra te tocar.
Não lerás.
Falo de liberdade, querendo te acorrentar.
Não voltarás.
As memórias que tenho fui eu que inventei.
Nunca existimos.

Se mostra pra mim como da última vez 
Aceita meu amor que tudo te deu
Mas nada foi
Nada sou
Tudo fui
Nada quis
Tudo quero
Nada tenho

Escrito por: Gabrielle Pires Silva
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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Um adeus (parte II)

Tanto que fui e nada que sou. Pereci. Planos que fizemos, você os deixou. Padeci. Te reencontro num altar de espinhos. Tanto que fom...
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Um adeus

Não deixei cartas.
Deixei palavras na sua caixa de correio.
Deixei palavras doces que você gostava de ouvir.
Deixei no tapete da entrada da sua casa uma borrifada do perfume que você me deu. 
Pensei que te causaria nostalgia senti-lo.
Deixei um pouco de mim em cada parte sua para que me quisesse um pouco mais.
Quis tão pouco.
Fui tão pouco.
Nada fui.
Não do que quis ser.
Deixei na caixa eletrônica meus suspiros. Lembrei dos seus também. Espero que lembre.
Deixei na caixa de e-mails meus olhos fixos. Eles te consolaram e te também te culparam muitas vezes. Agora só insistem em lacrimejar.
Quis tanto.
Fui tanto.
Não o que quis ser.
Deixei de mim tudo pra você.
E te encontrei em mim em cada pequeno sentimento doce que não retribuí.
Nada fui pra você.

Escrito por: Gabrielle Pires Silva
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Um adeus

Não deixei cartas. Deixei palavras na sua caixa de correio. Deixei palavras doces que você gostava de ouvir. Deixei no tapete da entra...
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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Submersão

Submersa.
Nenhuma gota me afoga. Já estou no fundo do copo. A tempestade é apenas um pingo, apenas uma gota, que conto gota-a-gota desde que submergi.
Agora que estou submersa não conto mais. Não faz diferença.
A tempestade caiu sobre mim, o fundo chegou ao limite. Só falta transbordar. Talvez transbordar fosse uma boa. Esvaziar.
Mas permaneço na mesma. Não que não encha mais o copo, ou que não transborde, mas, onde estou não se sente muito bem a diferença. É preciso algo mais forte...  Ou desabar essa chuva de vez pra transbordar e me expelir, ou parar de chover até que um dia evapore. Nossa! Isso sim levaria tempo...
Preciso sair.
Estou submersa.
Não estou afogada.
Estou submersa.
Preciso sair.
Antes que me afogue de vez.

Escrito por: Gabrielle Pires Silva
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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Submersão

Submersa. Nenhuma gota me afoga. Já estou no fundo do copo. A tempestade é apenas um pingo, apenas uma gota, que conto gota-a-gota desd...
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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Silêncio

Nas frases de amor que não digo, comprimo comigo, o seu pior castigo.
O silêncio.
Tão meu que se aquieta em meu peito sereno como se fosse o rancor de alguém.
Não vou me declarar.
Não vou propagar a sua importância.
Meus sentimentos são quietos.
Até temo que meus pensamentos sejam lidos na profundidade escura de meus olhos.
Mas não digo, não alardeio, não divido.
Sinto o corpo inteiro dizendo e fecho os olhos pra não transparecer.
Pra não me entregar.
Pra não parecer que me apaixonei por você.

Escrito por: Gabrielle Pires Silva
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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Silêncio

Nas frases de amor que não digo, comprimo comigo, o seu pior castigo. O silêncio. Tão meu que se aquieta em meu peito sereno como se fosse...
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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Pensando bem

Pensando bem meu bem, nossa vida é tão pouca que qualquer amor tolo que te ofereço é muito. Cada gole do meu café que deixo esfriar é perda de tempo. Cada olhar desviado é uma tamanha falta de coragem.
Pensando bem meu bem, fugir de ti foi pra fugir de mim. E se deu certo ou não, foi consequência do meu vício de adrenalina.
Pensando bem, meu bem, essa mania de querer o que não se tem, já perdeu a graça. E não passa. Tola que sempre fui.
Pensando bem, meu bem. Não foi por falta de amor que eu troquei todos os planos do futuro por um presente vazio de ti. Meu coração lhe pertence, minha vida não.
Pensando bem, meu bem, que já nem me quer tão bem... Sorrisos correspondidos são a mais genuína demonstração de afeto, e o seu semblante sério só me diz que nós dois, desperdiçamos um milhão de sorrisos por um frio na barriga.
E se faz frio agora entre nós, pode ter certeza, que, antes que isso acontecesse, eu pensei muito bem, Meu bem.

Escrito por: Gabrielle Pires Silva
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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Pensando bem

Pensando bem meu bem, nossa vida é tão pouca que qualquer amor tolo que te ofereço é muito. Cada gole do meu café que deixo esfriar é perda ...
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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Coração de menina

Coração de menina. Doce, meigo como as flores do jardim que cultiva em seu coração. O mundo esconde essa imagem de nós. Entre um drink e outro tenta apagar a doçura que está presa em si. Tenta a imagem de uma mulher madura e decidida, quando por dentro, em seu íntimo, ainda coleciona as cartas antigas que lhe foram deixadas, roubadas pelo tempo, mas não por sua memória.
Alma pura como um cristal sem marcas. O corpo já não importa mais. Seus afagos em outras substâncias que se distanciam de seu mais puro transparecer, são apenas fugas sorrateiras de sua doce bondade, melancolia e insegurança.
Coração de menina. Vê, menina, que em teu coração mora a pureza de um tempo distante. A tua não se perdeu por aí. Apesar de achares que sim. Seus erros não diminuem quem eres. Nem muito menos o que sentes. Candura que lhe pertence à essência.

Ora menina, teu coração é o teu melhor. É por ele que me admiro a ti. Dentre os turbilhões de uma vida real, transformar o que é só seu, num coração que não envelheceu.


Dedicado a uma amiga muito especial
Escrito por Gabrielle Pires Silva
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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Coração de menina

Coração de menina. Doce, meigo como as flores do jardim que cultiva em seu coração. O mundo esconde essa imagem de nós. Entre um drink e ou...
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terça-feira, 12 de maio de 2015

Sensível

Sensível

O simples ato de sentir.
Sentir não é estar vulnerável.
Estar sensível não é estar frágil.
Sensível. Aquele que se dispõe a sentir.
Sentimento, entregue aos sentidos.
Mostrar não é preciso.
Sensível.
Ao medo, ao desejo, ao amor, a luxúria.
Sensível ao arrepio da pele, ao pulsar do corpo.
Sensível como uma lágrima que escorre sem provocar dor.
Sensível como algo que sai da tua alma para o mundo, sem que para isso precise ser dito, contado, visto.
Sensível como pétalas de uma rosa sentindo a água cair.
Entregar-se ao gozo de cada sensação.
Boa, ruim, má, perversa, singela, frágil, dramática, arrebatadora [...]
Se dispor ao seu sentido mais primitivo do âmago.

Deixar tocar-se. Ser sensível.

Escrito por: Gabrielle Pires Silva
Postado por Gabrielle Pires Silva às 22:18 4 comentários
terça-feira, 12 de maio de 2015

Sensível

Sensível O simples ato de sentir. Sentir não é estar vulnerável. Estar sensível não é estar frágil. Sensível. Aquele que se dispõe ...
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terça-feira, 5 de maio de 2015

Nova escolha

E ai eu fui ser livre.
Tudo que é livre, fala só com coração.
E já antecipo que ser livre não significa estar sozinha. 
A liberdade que eu experimentei estava muito mais ligada com fazer o que eu queria sem medo de estar errada ou ser julgada, do que com essa ideia utópica que os outros tem de libertação.
Solidão.
Fui fiel a mim. Aos meus sonhos, aos meus desejos. 
A opinião dos outros era só mais um pretexto para eu perceber o quanto não sentia culpa. Errada ou certa eu fechei os olhos e encarei. 
Fui o meu melhor e fui o meu pior. Nem precisei me envergonhar disso. 
Nem de nada.
Fui feliz em cada escolha.
Como poderia ser diferente? Sorri até errando. 
Porque liberdade é isso, entregar seu coração e seu instinto numa aventura que lhe proporcione ser você mesmo, sem a interferência de terceiros.
E aí eu fui ser livre, e aí...[...] Ah... E aí?

Escrito por: Gabrielle Pires Silva
Postado por Gabrielle Pires Silva às 01:01 7 comentários
terça-feira, 5 de maio de 2015

Nova escolha

E ai eu fui ser livre. Tudo que é livre, fala só com coração. E já antecipo que ser livre não significa estar sozinha.  A liberdade qu...
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sábado, 2 de maio de 2015

Amor gratuito

Tudo que podia entreguei.
Entreguei amor. Entreguei a vida e até a dor.
Tudo que eu podia eu doei. Digo doei porque não pedi nada de volta, não me arrependi de devotar toda minha esperança. Não me senti sem nada dando tudo. Pelo contrário.
Todo amor que depositei, doei. Entreguei. Não somei ou multipliquei. Te dei. É seu.
Não peço de volta nem meia taça de vinho, que dirá as mesquinharias do amor que não foi me dado. Não perdi nada te dando amor.
Não ganhei nada nem nas brigas que venci, que dirá esperar ganhar algo do amor.
O amor que dei, e que não pedi. O amor que por vezes foi seu, e por outras, exclusivamente seu. Sem meio termo. Foi te dado, como um embrulho velho e nostálgico.
- Faz com ele o que quiser. Pode guardar debaixo do travesseiro. Mas não me devolve.
O amor que se é doado não aceita devolução. O amor que se é entregue não precisa de gratidão.
O amor sentido não precisa de sentido.
- Ora, por isso não te peço nada pra mim. Não divido bens, não divido dores.
Fui tua. Hoje, o que lhe pertence é só o amor que te dei.

Escrito por: Gabrielle Pires Silva

Voltando, ou melhor, tentando voltar com o blog. Espero que meus leitores voltem junto comigo :) e espero que, vocês me ajudem com sugestões e pedidos como antigamente. Boa dose de tequila a todos. E não esqueçam: Comentar é a única maneira de incentivar a continuação do blog! :*
Postado por Gabrielle Pires Silva às 01:33 4 comentários
sábado, 2 de maio de 2015

Amor gratuito

Tudo que podia entreguei. Entreguei amor. Entreguei a vida e até a dor. Tudo que eu podia eu doei. Digo doei porque não pedi nada de volta...
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